blog do moura
quarta-feira, 1 de agosto de 2018
terça-feira, 31 de julho de 2018
Bolsonaro: o Idiota!!Uma ameaça real!!
Roda Viva expõe o perigo de um país de milhões de Bolsonaros
Por Ricardo Kotsho*
Foram tantas as boçalidades proferidas por este ex-militar bronco e inculto no programa Roda Viva de segunda-feira que fica até difícil escolher uma só para abrir esta matéria sobre a entrevista de Jair Bolsonaro, o candidato das trevas.
Minha filha Mariana, também jornalista, me mandou essa:
“Se você, por exemplo, aumentar o número de empregos no Brasil a tendência de alguém procurar um hospital diminui…”.
Como assim? Quem trabalha não fica doente, pergunta a Mariana, que conclui:
“Pior do que os absurdos dele é ter quem acredite e concorde”.
É verdade. O maior problema político do Brasil hoje não é ter um tipo como Bolsonaro favorito nas pesquisas presidenciais sem o nome de Lula.
O grande perigo de um brutal retrocesso está nos milhões de Bolsonaros que o apoiam e declaram voto nele porque pensam como ele, este projeto de nazista tupiniquim.
Por isso, o grande mérito dos jornalistas entrevistadores do último Roda Viva da série com os presidenciáveis foi expor a exótica figura durante uma hora e meia em rede nacional de televisão para que ninguém depois diga que foi enganado.
Além das barbaridades que falou sobre direitos humanos, as agressões contra pessoas da maior dignidade, como o ex-ministro da Justiça José Gregori, a ofensa à família de Vladimir Herzog ao colocar em dúvida seu assassinato no DOI-CODI, o que mais me chamou a atenção na entrevista foi a total incapacidade dele de juntar duas frases com sentido e não conseguir responder nem às perguntas mais simples, sem nenhum compromisso com a lógica ou com o país.
Debochado e leviano, Bolsonaro seria reprovado em qualquer exame psicotécnico de admissão num emprego.
Para ninguém pensar que estou exagerando (vale a pena ver a integra do programa no site da TV Cultura), vou reproduzir só um trecho do diálogo de surdos entre o candidato e a repórter Maria Cristina Fernandes, do jornal Valor:
MCF: Qual a sua proposta para que a mortalidade infantil deixe de subir?
JB: Quando se fala em mortalidade infantil, isso tem a ver com os prematuros. É muito mais fácil um prematuro morrer do que um bebê que cumpriu uma gestação normalmente. Medidas preventivas de saúde…
MCF: Isso não tem muito mais a ver com saneamento básico?
JB: Tem um mar de problemas (…) Muita gestante não dá bola para a sua saúde bucal ou não faz os exames do seu sistema urinário com frequência.(…) Agora, eu vou dar a missão. Quem for para o ministério da Saúde, tem que realmente cuidar da saúde e não da doença, prioritariamente.
MCF: E como o senhor vai fazer isso reduzindo os gastos?
JB: O que acontece… Não só a Inglaterra… Você, você, você vai conjugar também com desburocratização, desregulamentação… Que é o inferno da vida de quem quer empreender no Brasil. Quem quer ser patrão no Brasil em sã cosnciência?
MCF: Eu tô falando de saúde, deputado.
JB Você falou de economia… Como vai reduzir impostos e vai entender economia (???) Se você, por exemplo, aumentar o número de empregos no Brasil, a tendência de alguém procurar hospital vai diminuir.
Dá para acreditar no que ele respondeu quando a pergunta foi sobre saúde pública?
Foi assim o programa inteiro: ele não entendia as perguntas e respondia qualquer coisa sem se importar com a veracidade dos fatos e números citados, chutando para todo lado.
Pode ser o tema que for, ele usa os mesmos jargões que repete nos discursos gritados em cima de carros de som nos aeroportos por onde passa.
O que mais me assusta é encontrar cada vez mais gente que fala e pensa como ele, numa mistura explosiva de desinformação e má fé, mesmo pessoas com curso superior e bom padrão de vida.
Nesta campanha eleitoral, pior do que tudo, estamos criando uma legião de Bolsonaros que vieram para ficar, cheios de certezas, verdadeiras hordas de seguidores fanáticos que se caracterizam pela violência e ignorância.
Foi a eles que o candidato se dirigiu no Roda Viva, sem dar a menor satisfação aos jornalistas e ao público em casa, o resto do eleitorado que não professa a sua fé num trabuco para resolver todos os problemas nacionais.
É impossível resumir num post todas as sandices, estultices, mentiras e canalhices que ele foi capaz de proferir, às vezes rindo dele mesmo, como se estivesse falando com um bando de retardados.
Bolsonaro tornou-se a melhor expressão do que sobrou da Operação Lava Jato deflagrada para acabar com o antigo “sistema político corrupto e viciado” para pregar a renovação nas eleições de 2018.
O personagem para encarnar o novo que encontraram é esse deputado profissional de sete mandatos, que se apresenta como o Trump nativo contra “tudo isso que está aí”.
Lançado por um partido nanico, sem alianças nem tempo de TV, sem qualquer programa de governo, candidato do “eu sozinho contra o mundo”, aquele que manda perguntar no Posto Ipiranga (seu assessor Paulo Guedes, um ultraliberal guru do ex-capitão nacionalista e estatista) quando não sabe as respostas.
Estamos bem de candidato favorito, o homem que tem entre 17 e 19% nas pesquisas de intenção de voto a 70 dias da eleição.
O que já está péssimo, sempre pode piorar. Preparem-se.
E vida que segue.
*Jornalista, Editor do Balaio do Kotsho (fonte desta postagem)
Gillette quebra a cara com propaganda de Neymar.
Esse foi o texto mais preciso que achei na Internet sobre a enrrolaçâo do Neymar mana propaganda da Gillette!!
Alguém realmente perdoou Neymar depois de ver o comercial da Gillette? Talvez seja a peça que mais escancare a distância entre os valores que queremos cultivar e os valores da sociedade do espetáculo, todos financeiros. O problema é que nem espetáculo nem dinheiro acessam aquele canto especial na alma das pessoas que as faz perdoar.
Era uma peça evidentemente talhada e escrita por quem entende muito de espetáculo e pouco de humanidade e perdão que, aliás, não se pede, é como a Graça, distribuído generosamente inclusive a quem não merece. Melhor do que ouvir falar de perdão pela assessoria de Neymar ou os piores escritores de auto-ajuda do mundo, contratados pela Gillette, é ler C.S.Lewis, um dos caras que mais escreveu sobre o tema.
Clive Staples Lewis morreu em 1963, mas você deve conhecer parte da obra dele: As Crônicas de Nárnia. Foi professor de Oxford e de Cambridge, cristão, teólogo e publicou diversos ensaios sobre perdão. Um deles, entitulado "Ensaio sobre o perdão", publicado pela Macmillan de Nova Iorque em 1960, traz uma provocação interessantíssima:
Existe toda a diferença do mundo entre perdoar e desculpar. Perdoar quer dizer: "Sim, você fez isso, mas eu aceito suas desculpas; eu não vou usar isso contra você e tudo entre nós será exatamente como era antes". Se alguém não teve culpa, não há o que perdoar. Nesse sentido, perdão e desculpa são quase opostos.
Desculpa é aquilo que realmente anula qualquer possibilidade de culpa ou intenção de fazer algo que levou ao resultado indesejado, a pessoa realmente não errou, foi vítima das circunstâncias.
Se você tem uma desculpa perfeita, você não precisa de perdão; se o conjunto das suas ações precisa de perdão, então não há desculpas para elas.
C. S. Lewis diz que, na maioria das vezes, quando as pessoas dizem estar pedindo perdão, na verdade estão pedindo que Deus - ou os outros - aceitem suas desculpas esfarrapadas. É tudo culpa de "circunstâncias extenuantes", mas as atitudes perante elas vão sempre dependendo de mais desculpas empilhadas e não há desculpa que cubra a situação em que houve culpa.
Nós imaginamos que nos arrependemos e fomos perdoados quando o que realmente aconteceu é que nos satisfizemos com nossas próprias desculpas. Podem ser desculpas esfarrapadas: todos ficamos muitos satisfeitos com nós mesmos com facilidade.
Um texto de quase 60 anos é tão atual que praticamente narra o espetáculo triste que foi transmitido para o mundo todo em forma de vídeo. Triste porque enterra mais ainda Neymar e revela espontaneamente as entranhas de quem o cerca, de quem o patrocina, de quem engendra e aprova tais filmes. Ali, ninguém jamais pensou seriamente em perdão, tão satisfeitos que estavam consigo próprios. Vamos analisar ponto a ponto o que foi narrado por um Neymar titubeante com uma música emocionante ao fundo:
Trava de chuteira na panturrilha, joelhada na coluna, pisão no pé.
Amigos, isso só impressiona os nascidos no parque de areia antialérgica.
Você pode achar que eu exagero e, às vezes, eu exagero mesmo.
Mas só às vezes, ok?
Mas a real é que eu sofro dentro de campo.
Ja começou a dar desculpa sem pedir perdão: tem alguém que não sofra dentro de campo?
Agora, na boa, você não imagina o que eu passo fora dele.
Eu nem vou dar as estatísticas da fome e de criança morrendo de DIARREIA, mas a gente sabe que essa frase não faz o menor sentido.
Quando eu saio sem dar entrevista, não é porque eu só quero os louros da vitória, mas porque eu ainda não aprendi a te decepcionar.
E deixar de dar entrevista não decepciona as pessoas?
Quando eu pareço malcriado, não é porque eu sou um moleque mimado, mas é porque eu ainda não aprendi a me frustrar.
Essa não é justamente a DEFINIÇÃO de moleque mimado?
Dentro de mim ainda existe um menino. Às vezes ele encanta o mundo e às vezes ele irrita todo mundo.
E minha luta é para manter esse menino vivo, mas dentro de mim e não dentro de campo.
Com 26 anos... Mano, se não for problema psiquiátrico, não comoveu.
Você pode achar que eu caí demais, mas a verdade é que eu não caí, eu desmoronei.
ÚNICA FRASE MUITO OK.
Isso dói muito mais que qualquer pisão em tornozelo operado.
Daí já começa a se fazer de vítima de novo.
Eu demorei para aceitar suas críticas, eu demorei a me olhar no espelho e me transformar em um novo homem.
Mas hoje eu tô aqui, de cara limpa e de peito aberto.
Nada mais cara limpa e peito aberto que esse texto ma-ra-vi-lho-so feito por outra pessoa e divulgado num comercial.
Eu caí, mas só quem cai pode se levantar.
Qual a lógica dessa frase???
Você pode continuar jogando pedra ou pode jogar essas pedras fora e me ajudar a ficar de pé.
Uma frase nesse tom, julgando o interlocutor, é realmente o melhor jeito de pedir ajuda.
Porque, quando eu fico de pé, parça, o Brasil inteiro levanta comigo.
Amigo, quem é foda mesmo não diz "eu sou foda". Isso cheira desespero. Ficou terrível.
O texto é o retrato mais bem acabado do parque de areia antialérgica brasileiro: falta diversidade e sobra arrogância. Quando não há multiplicidade de visões, quando todas as pessoas que trabalham em algo têm o mesmo passado, o mesmo dia-a-dia, a mesma cultura e os mesmos conceitos, o resultado pode ser esse: falta uma visão externa do ridículo da situação.
É um absurdo uma empresa do tamanho da Gillette pagar o que pagou para o lançamento de um texto completamente sem noção, desdenhando do sofrimento cotidiano do brasileiro, pedindo ajuda ao mesmo tempo em que julga, fazendo afirmações sobre personalidade absolutamente ridículas e, ao final, tendo o efeito oposto do que deveria simplesmente porque é de baixa qualidade. As pessoas não são todas idiotas como julga quem produziu essa peça, têm sentimentos e raciocinam.
O Brasil não reclamou que Neymar caía, reclamou de um ídolo fake, uma personalidade em que tudo soa falso, do exagero nos tombos às aparições na imprensa. A resposta, sabe Deus como aprovada por profissionais regiamente pagos e supostamente preparados para a função, é um vídeo artificial, inteirinho montado com efeitos especiais, uma narração de um texto escrito por outra pessoa feita por um titubeante Neymar que só aparece ao final, para ilustrar o slogan do patrocinador.
Neymar inventou o pedido-de-desculpas-com-merchan, não funciona nem para ser perdoado nem como merchan.
Neymar & Gillette: a diferença entre desculpas, perdão e arrogância
| Madeleine Lacsko
Era uma peça evidentemente talhada e escrita por quem entende muito de espetáculo e pouco de humanidade e perdão que, aliás, não se pede, é como a Graça, distribuído generosamente inclusive a quem não merece. Melhor do que ouvir falar de perdão pela assessoria de Neymar ou os piores escritores de auto-ajuda do mundo, contratados pela Gillette, é ler C.S.Lewis, um dos caras que mais escreveu sobre o tema.
Clive Staples Lewis morreu em 1963, mas você deve conhecer parte da obra dele: As Crônicas de Nárnia. Foi professor de Oxford e de Cambridge, cristão, teólogo e publicou diversos ensaios sobre perdão. Um deles, entitulado "Ensaio sobre o perdão", publicado pela Macmillan de Nova Iorque em 1960, traz uma provocação interessantíssima:
Existe toda a diferença do mundo entre perdoar e desculpar. Perdoar quer dizer: "Sim, você fez isso, mas eu aceito suas desculpas; eu não vou usar isso contra você e tudo entre nós será exatamente como era antes". Se alguém não teve culpa, não há o que perdoar. Nesse sentido, perdão e desculpa são quase opostos.
Desculpa é aquilo que realmente anula qualquer possibilidade de culpa ou intenção de fazer algo que levou ao resultado indesejado, a pessoa realmente não errou, foi vítima das circunstâncias.
Se você tem uma desculpa perfeita, você não precisa de perdão; se o conjunto das suas ações precisa de perdão, então não há desculpas para elas.
C. S. Lewis diz que, na maioria das vezes, quando as pessoas dizem estar pedindo perdão, na verdade estão pedindo que Deus - ou os outros - aceitem suas desculpas esfarrapadas. É tudo culpa de "circunstâncias extenuantes", mas as atitudes perante elas vão sempre dependendo de mais desculpas empilhadas e não há desculpa que cubra a situação em que houve culpa.
Nós imaginamos que nos arrependemos e fomos perdoados quando o que realmente aconteceu é que nos satisfizemos com nossas próprias desculpas. Podem ser desculpas esfarrapadas: todos ficamos muitos satisfeitos com nós mesmos com facilidade.
Um texto de quase 60 anos é tão atual que praticamente narra o espetáculo triste que foi transmitido para o mundo todo em forma de vídeo. Triste porque enterra mais ainda Neymar e revela espontaneamente as entranhas de quem o cerca, de quem o patrocina, de quem engendra e aprova tais filmes. Ali, ninguém jamais pensou seriamente em perdão, tão satisfeitos que estavam consigo próprios. Vamos analisar ponto a ponto o que foi narrado por um Neymar titubeante com uma música emocionante ao fundo:
Trava de chuteira na panturrilha, joelhada na coluna, pisão no pé.
Amigos, isso só impressiona os nascidos no parque de areia antialérgica.
Você pode achar que eu exagero e, às vezes, eu exagero mesmo.
Mas só às vezes, ok?
Mas a real é que eu sofro dentro de campo.
Ja começou a dar desculpa sem pedir perdão: tem alguém que não sofra dentro de campo?
Agora, na boa, você não imagina o que eu passo fora dele.
Eu nem vou dar as estatísticas da fome e de criança morrendo de DIARREIA, mas a gente sabe que essa frase não faz o menor sentido.
Quando eu saio sem dar entrevista, não é porque eu só quero os louros da vitória, mas porque eu ainda não aprendi a te decepcionar.
E deixar de dar entrevista não decepciona as pessoas?
Quando eu pareço malcriado, não é porque eu sou um moleque mimado, mas é porque eu ainda não aprendi a me frustrar.
Essa não é justamente a DEFINIÇÃO de moleque mimado?
Dentro de mim ainda existe um menino. Às vezes ele encanta o mundo e às vezes ele irrita todo mundo.
E minha luta é para manter esse menino vivo, mas dentro de mim e não dentro de campo.
Com 26 anos... Mano, se não for problema psiquiátrico, não comoveu.
Você pode achar que eu caí demais, mas a verdade é que eu não caí, eu desmoronei.
ÚNICA FRASE MUITO OK.
Isso dói muito mais que qualquer pisão em tornozelo operado.
Daí já começa a se fazer de vítima de novo.
Eu demorei para aceitar suas críticas, eu demorei a me olhar no espelho e me transformar em um novo homem.
Mas hoje eu tô aqui, de cara limpa e de peito aberto.
Nada mais cara limpa e peito aberto que esse texto ma-ra-vi-lho-so feito por outra pessoa e divulgado num comercial.
Eu caí, mas só quem cai pode se levantar.
Qual a lógica dessa frase???
Você pode continuar jogando pedra ou pode jogar essas pedras fora e me ajudar a ficar de pé.
Uma frase nesse tom, julgando o interlocutor, é realmente o melhor jeito de pedir ajuda.
Porque, quando eu fico de pé, parça, o Brasil inteiro levanta comigo.
Amigo, quem é foda mesmo não diz "eu sou foda". Isso cheira desespero. Ficou terrível.
O texto é o retrato mais bem acabado do parque de areia antialérgica brasileiro: falta diversidade e sobra arrogância. Quando não há multiplicidade de visões, quando todas as pessoas que trabalham em algo têm o mesmo passado, o mesmo dia-a-dia, a mesma cultura e os mesmos conceitos, o resultado pode ser esse: falta uma visão externa do ridículo da situação.
É um absurdo uma empresa do tamanho da Gillette pagar o que pagou para o lançamento de um texto completamente sem noção, desdenhando do sofrimento cotidiano do brasileiro, pedindo ajuda ao mesmo tempo em que julga, fazendo afirmações sobre personalidade absolutamente ridículas e, ao final, tendo o efeito oposto do que deveria simplesmente porque é de baixa qualidade. As pessoas não são todas idiotas como julga quem produziu essa peça, têm sentimentos e raciocinam.
O Brasil não reclamou que Neymar caía, reclamou de um ídolo fake, uma personalidade em que tudo soa falso, do exagero nos tombos às aparições na imprensa. A resposta, sabe Deus como aprovada por profissionais regiamente pagos e supostamente preparados para a função, é um vídeo artificial, inteirinho montado com efeitos especiais, uma narração de um texto escrito por outra pessoa feita por um titubeante Neymar que só aparece ao final, para ilustrar o slogan do patrocinador.
Neymar inventou o pedido-de-desculpas-com-merchan, não funciona nem para ser perdoado nem como merchan.
segunda-feira, 30 de julho de 2018
domingo, 29 de julho de 2018
Frase do dia
“O PT cometeu crimes terríveis contra a democracia. Entretanto, também acho que o ódio ao PT como o único mal do Brasil não é o ódio ao PT. É um ódio à brasilidade, que o PT, ainda que simbolicamente, representa”(Pedro Cardoso, ator, em entrevista à Mônica Bergamo,Folha de São Paulo).
Este ano irei a Belém (Osvaldo de Oliveira o Vavá da Matinha)
Como não se emocionar com essas recordações da nossa Belém do Grão Pará.
Pedrinho Cavalero faz homenagem ao grande Vavá da Matinha.
sábado, 28 de julho de 2018
sábado, 27 de setembro de 2014
Lewandovski: a sagração de um homem justo, por Luis Nassif
Daqui a pouco o Ministro Ricardo Lewandowski assumirá a presidência do
STF (Supremo Tribunal Federal). Para sua posse, estima-se um público
recorde; e um respeito recorde pela sua pessoa. Os jornais o tem tratado
com deferência surpreendente, entre seus pares há uma sucessão de
elogios e um sentimento de alívio, pela volta da presidência do STF aos
trilhos do bom senso e da fidalguia.
São dois tempos distintos: o da repercussão inédita do julgamento da AP 470 e os novos tempos, pós Joaquim Barbosa. Parece que tudo mudou. Ministros boquirrotos retornaram à discrição, o espírito alucinado de linchamento esgotou-se, aposentou-se o Torquemada do Supremo.
Apenas o discreto Lewandoski não mudou. É o mesmo agora e dos tempos de tempestade, quando se viu no meio de um turbilhão inédito, atacado por uma turba de linchadores alimentada pela mídia, uma atoarda tão selvagem que intimidou a todos.
De um lado a turba sendo insuflada por colunistas alucinados, com os jornais cooptando advogados oportunistas, oferecendo-lhes visibilidade, utilizando todas as armas, do desrespeito amplo aos Ministros que não se enquadravam às suas ordens, à lisonja mais abjeta àqueles que se curvavam à sua orientação, querendo submeter tudo ao seu poder avassalador.
Valeram-se de todos os recursos. Os que se enquadravam no jogo - como Celso de Mello, na primeira fase - eram premiados com holofotes e promessas de entrar para a história. Tolo!, julgando que o passaporte para a história estaria na manchete vã de um jornal ou na capa de uma revista escatológica. Os que não se enquadravam - como Celso de Mello na segunda fase - punidos com capas e manchetes desabonadoras.
Quase todos vacilaram, cederam, calaram-se. Procuradores, desembargadores, Ministros, advogados assistiam à explosão da selvageria, ao atropelo dos princípios básicos da sua profissão, dos seus valores, e nada faziam. Alguns até se indignavam nos ambientes restritos, mas nenhum ousou insurgir-se contra o clamor dos bárbaros.
A Justiça ficou indefesa, sendo estuprada em público por vândalos de toda espécie.
São dois tempos distintos: o da repercussão inédita do julgamento da AP 470 e os novos tempos, pós Joaquim Barbosa. Parece que tudo mudou. Ministros boquirrotos retornaram à discrição, o espírito alucinado de linchamento esgotou-se, aposentou-se o Torquemada do Supremo.
Apenas o discreto Lewandoski não mudou. É o mesmo agora e dos tempos de tempestade, quando se viu no meio de um turbilhão inédito, atacado por uma turba de linchadores alimentada pela mídia, uma atoarda tão selvagem que intimidou a todos.
De um lado a turba sendo insuflada por colunistas alucinados, com os jornais cooptando advogados oportunistas, oferecendo-lhes visibilidade, utilizando todas as armas, do desrespeito amplo aos Ministros que não se enquadravam às suas ordens, à lisonja mais abjeta àqueles que se curvavam à sua orientação, querendo submeter tudo ao seu poder avassalador.
Valeram-se de todos os recursos. Os que se enquadravam no jogo - como Celso de Mello, na primeira fase - eram premiados com holofotes e promessas de entrar para a história. Tolo!, julgando que o passaporte para a história estaria na manchete vã de um jornal ou na capa de uma revista escatológica. Os que não se enquadravam - como Celso de Mello na segunda fase - punidos com capas e manchetes desabonadoras.
Quase todos vacilaram, cederam, calaram-se. Procuradores, desembargadores, Ministros, advogados assistiam à explosão da selvageria, ao atropelo dos princípios básicos da sua profissão, dos seus valores, e nada faziam. Alguns até se indignavam nos ambientes restritos, mas nenhum ousou insurgir-se contra o clamor dos bárbaros.
A Justiça ficou indefesa, sendo estuprada em público por vândalos de toda espécie.
Jornal dos Tucanos não tem jeito!
Vejam a desfaçatez da manchete de hoje, querendo dizer que o Jatene liquida a fatura já no primeiro turno, quando se vê pelos
números apresentados que a eleição irá pelo segundo turno. No bojo da matéria está dita que Vence O primeiro turno e não NO primeiro turno. Até onde
vamos chegar, com essa sem-vergonhice!
Mayra, a "Pérola do Tapajós"
Homenagem à minha sobrinha Mayra que esteve nos visitando em Alter do Chão, no periodo de 11 a 14.09.2014.
Querida por todos nós, Mayrinha e seu marido Gabriel Sena distribuiu simpatia e carinho nesses dias que permaneceu conosco.
Veja um vídeo que fizemos em sua homenagem.
Querida por todos nós, Mayrinha e seu marido Gabriel Sena distribuiu simpatia e carinho nesses dias que permaneceu conosco.
Veja um vídeo que fizemos em sua homenagem.
domingo, 29 de setembro de 2013
TÔ DENTRO...TÔ FORA!!
Se concordo, TÔ DENTRO! Não concordo, TÔ FORA!!
Da leitura dinâmica (tem que ser rápida, se não faz mal), do Jornal "O Liberal" (ou dos Tucanos????), desta domingueira:
Da leitura dinâmica (tem que ser rápida, se não faz mal), do Jornal "O Liberal" (ou dos Tucanos????), desta domingueira:
- Do neo colonista Ronaldo Maiorana (se o consevadorzão linomar bahia, pode ser colonista, porque não pode o dono do jornal?), reclamando do número de ministérios do governo Dilma: "É dificil compreender a relevância de 39 ministérios". TÔ FORA! Para que ele pudesse justo, também deveria reclamar do tamanho do secretariado do seu parceiro Jatene! Ele deveria ser dar ao trabalho de verificar a quantidade de Super Secretarias, órgãos, sub,.... do Estado. Para os amigos do "Rei", tudo pode, já do pessoal do outro lado, nada pode.Assim não dá!
- Do coluna do collorido Cláudio Humberto, ídolo da direita, dizendo que o Governador Eduardo Campos não pode reclamar da oligarquia Sarney no Maranhão, já que seu clã domina o Estado de Pernambuco, por mais de 18 anos: "O presidenciváel Eduardo Campos (PSB), criticou o longo domínio político da família Sarney no Maranhão, MAS ESQUECEU, que durante 18 anos, o Estado de Pernambuco foi governado por ele ou pelo avô,o saudoso Miguel Arraes". Sou obrigado a concordar. TÔ DENTRO!
- Do Deputado Federal pelo PT, Cláudio Puty em seu artigo "Geração de empregos com estabilidade economica": "O noticiário econômico desta semana é uma demonstração cabal de como a bússola dos analistas econômicos neoliberais anda desnorteada". ´TÔ DENTRO! Os dignos representantes do PIG não acertam uma. Miriam Leitão, Sardenberg e sua trupe, estão desnorteados, com o sucesso da política econômia do governo Dilma, com a inflação em baixa, desemprego em baixa e ganho real de salários!
- Do Ivo Amaral: "Já me manifestei acreditando que o Papão conseguirá se manter na série B".TÔ DENTRO! Como bom bicolor, também acredito na permanência do papão na série B. O site chance de gol dá um percentual de30% para o paysandu ser rebaixado. Tem 4 (quatro) que estão acima de 70%. Dá-lhe papão!!
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Ainda sobre o Mais Médicos - Deu no blog Tijolaço
Corem diante desta negra, doutores! Ela tem o que os senhores perderam
24 de agosto de 2013 | 20:08
“Somos médicos por vocação, não nos interessa um salário, fazemos por amor”, afirmou Nelson Rodrigues, 45.
“Nossa motivação é a solidariedade”, assegurou Milagros Cardenas Lopes, 61.
“Viemos para ajudar, colaborar, complementar com os médicos brasileiros”, destacou Cardenas em resposta à suspeita de trabalho escravo. “O salário é suficiente”, complementou Natasha Romero Sanches, 44.
Poucas frases, mas que soam como se estivessem sendo ditas por seres de outro planeta no Brasil que vivemos.
O que disseram os primeiros médicos cubanos do grupo, que vêm para servir onde médicos brasileiros não querem ir, deveria fazer certos dirigentes da medicina brasileira se reduzirem à pequenez de seus sentimentos e à brutalidade de suas vidas, de onde se foi, há muito tempo, qualquer amor à igualdade essencial entre todos os seres humanos.
Porque gente que não se emociona com o sofrimento e a carência de seus semelhantes, gente que se formou, muitas vezes, em escolas de medicina pagas com o imposto que brasileiros miseráveis recolheram sobre sua farinha, seu feijão, sua rala ração, gente que já viu seus concidadãos madrugando em filas, no sereno, para obter um simples atendimento, gente assim não é civilizada, não importa quão bem tratadas sejam suas unhas, penteados seus cabelos e reluzentes seus carros.
Diante desta negra aí da foto, que para vocês só poderia servir para lavar suas roupas e pajear seus ricos filhinhos, criados para herdar o “negócio” dos pais, vocês não passam de selvagens, de brutos.
Vocês podem saber quais são as drogas mais recentes, que aprenderam nos congressos realizados em locais turísticos, custeadas por laboratórios que lhes dão as migalhas do lucro bilionário que têm ao vender remédios. Vocês podem conhecer o último e caro exame de medicina nuclear disponível na praça para quem pode pagar. Vocês podem ser ricos, ou até acharem que são, porque na verdade não passam de uma subnobreza deplorável, que acha o máximo ir a Miami.
Mas vocês são lixo perto dessa negra, a Doutora – sim, Doutora, negra, negrinha assim! – Natasha, eu lhes garanto.
Sabem por quê? Porque ela é capaz de achar que aquilo que faz é mais importante que aquilo que ganha, desde que seja suficiente para viver com dignidade material. Porque a dignidade moral ela tem, em quantidade suficiente para saber que é uma médica, por cem, mil ou um milhão de dólares.
Mas a dignidade, doutores, os senhores já perderam. E talvez nunca mais voltem a ter, porque isso não se compra, não se vende, não se aluga, como muitos fazem, para manter o status de pertencerem ao corpo clínico de um hospital, com seus colegas para que dêem o plantão em seus lugares.
Os senhores não são capazes de fazer um milésimo do que ela faz pelos seres humanos, desembarcar sob sua hostilidade, em um país estrangeiro, para tratar da gente pobre que os senhores não se dispõem a cuidar nem querem deixar que ela cuide.
Os senhores não gritaram, não xingaram, nem ameaçaram com polícia ao Roger Abdelmassih, o estuprador, nem contra o infeliz que extorquiu R$ 1.200,00 para fazer o parto de uma adolescente pobre, nem contra os doutores dos dedos de silicone, nem contra os espertalhões da maternidade paulista, cuja única atividade era bater o ponto.
Eles não os ameaçaram, ameaçaram apenas aos pobres do Brasil.
Estes aí, sim, estes os ameaçam. Ameaçam a aceitação do que vocês se tornaram, porque deixaram que a aspiração normal e justa de receber por seu trabalho se tornasse maior do que a finalidade deste próprio trabalho, porque o trabalho é um bem social e coletivo, ou então vira mero negócio mercantil.
É isto que estes médicos cubanos representam de ameaça: reduzir o egoísmo, o consumismo, o mercantilismo ao seu tamanho, a algo que não é e nem pode ser o tamanho da civilização humana.
Aliás, é isso que Cuba, há quase 55 anos, representa.
Um país minúsculo, cheio de carências, que é capaz de dar a mão dos médicos a este gigante brasileiro.
E daí que eles exportem médicos como fonte de receita? Nós não exportamos nossos meninos para jogar futebol? O que deu mais trabalho, mais investimento, o que agregou mais valor a um país: escolas de medicina ou esteiras rolantes para exportar seus minérios?
É por isso que o velhíssimo Fidel Castro encarna muito mais a juventude que estes yuppies coxinhas, cuja vida sem causa cabe toda em um cartão de crédito.
Eu agradeço à Doutora Natasha.
Ela me lembrou, singelamente, que o coração é algo muito maior do que aquele volume que aparece, sombrio, nas tantas ressonâncias, tomografias e cateterismos por que passei nos últimos meses.
Ele é o centro do progresso humano, mais que o cérebro, porque é ele quem dá o norte, o sentido, o rumo dos pensamentos e da vida.
Porque, do contrário, o saber vira arrogância e os sentimentos, indiferença.
E o coração, como na música de Mercedes Sosa, é apenas una mala palabra
Por: Fernando Brito
“Nossa motivação é a solidariedade”, assegurou Milagros Cardenas Lopes, 61.
“Viemos para ajudar, colaborar, complementar com os médicos brasileiros”, destacou Cardenas em resposta à suspeita de trabalho escravo. “O salário é suficiente”, complementou Natasha Romero Sanches, 44.
Poucas frases, mas que soam como se estivessem sendo ditas por seres de outro planeta no Brasil que vivemos.
O que disseram os primeiros médicos cubanos do grupo, que vêm para servir onde médicos brasileiros não querem ir, deveria fazer certos dirigentes da medicina brasileira se reduzirem à pequenez de seus sentimentos e à brutalidade de suas vidas, de onde se foi, há muito tempo, qualquer amor à igualdade essencial entre todos os seres humanos.
Porque gente que não se emociona com o sofrimento e a carência de seus semelhantes, gente que se formou, muitas vezes, em escolas de medicina pagas com o imposto que brasileiros miseráveis recolheram sobre sua farinha, seu feijão, sua rala ração, gente que já viu seus concidadãos madrugando em filas, no sereno, para obter um simples atendimento, gente assim não é civilizada, não importa quão bem tratadas sejam suas unhas, penteados seus cabelos e reluzentes seus carros.
Diante desta negra aí da foto, que para vocês só poderia servir para lavar suas roupas e pajear seus ricos filhinhos, criados para herdar o “negócio” dos pais, vocês não passam de selvagens, de brutos.
Vocês podem saber quais são as drogas mais recentes, que aprenderam nos congressos realizados em locais turísticos, custeadas por laboratórios que lhes dão as migalhas do lucro bilionário que têm ao vender remédios. Vocês podem conhecer o último e caro exame de medicina nuclear disponível na praça para quem pode pagar. Vocês podem ser ricos, ou até acharem que são, porque na verdade não passam de uma subnobreza deplorável, que acha o máximo ir a Miami.
Mas vocês são lixo perto dessa negra, a Doutora – sim, Doutora, negra, negrinha assim! – Natasha, eu lhes garanto.
Sabem por quê? Porque ela é capaz de achar que aquilo que faz é mais importante que aquilo que ganha, desde que seja suficiente para viver com dignidade material. Porque a dignidade moral ela tem, em quantidade suficiente para saber que é uma médica, por cem, mil ou um milhão de dólares.
Mas a dignidade, doutores, os senhores já perderam. E talvez nunca mais voltem a ter, porque isso não se compra, não se vende, não se aluga, como muitos fazem, para manter o status de pertencerem ao corpo clínico de um hospital, com seus colegas para que dêem o plantão em seus lugares.
Os senhores não são capazes de fazer um milésimo do que ela faz pelos seres humanos, desembarcar sob sua hostilidade, em um país estrangeiro, para tratar da gente pobre que os senhores não se dispõem a cuidar nem querem deixar que ela cuide.
Os senhores não gritaram, não xingaram, nem ameaçaram com polícia ao Roger Abdelmassih, o estuprador, nem contra o infeliz que extorquiu R$ 1.200,00 para fazer o parto de uma adolescente pobre, nem contra os doutores dos dedos de silicone, nem contra os espertalhões da maternidade paulista, cuja única atividade era bater o ponto.
Eles não os ameaçaram, ameaçaram apenas aos pobres do Brasil.
Estes aí, sim, estes os ameaçam. Ameaçam a aceitação do que vocês se tornaram, porque deixaram que a aspiração normal e justa de receber por seu trabalho se tornasse maior do que a finalidade deste próprio trabalho, porque o trabalho é um bem social e coletivo, ou então vira mero negócio mercantil.
É isto que estes médicos cubanos representam de ameaça: reduzir o egoísmo, o consumismo, o mercantilismo ao seu tamanho, a algo que não é e nem pode ser o tamanho da civilização humana.
Aliás, é isso que Cuba, há quase 55 anos, representa.
Um país minúsculo, cheio de carências, que é capaz de dar a mão dos médicos a este gigante brasileiro.
E daí que eles exportem médicos como fonte de receita? Nós não exportamos nossos meninos para jogar futebol? O que deu mais trabalho, mais investimento, o que agregou mais valor a um país: escolas de medicina ou esteiras rolantes para exportar seus minérios?
É por isso que o velhíssimo Fidel Castro encarna muito mais a juventude que estes yuppies coxinhas, cuja vida sem causa cabe toda em um cartão de crédito.
Eu agradeço à Doutora Natasha.
Ela me lembrou, singelamente, que o coração é algo muito maior do que aquele volume que aparece, sombrio, nas tantas ressonâncias, tomografias e cateterismos por que passei nos últimos meses.
Ele é o centro do progresso humano, mais que o cérebro, porque é ele quem dá o norte, o sentido, o rumo dos pensamentos e da vida.
Porque, do contrário, o saber vira arrogância e os sentimentos, indiferença.
E o coração, como na música de Mercedes Sosa, é apenas una mala palabra
Por: Fernando Brito
Assinar:
Postagens (Atom)
Não tinha o perfil dos heróis ou vilões que a mídia traça para seus personagens, o bufão explosivo, o vingador de capa preta, o vilão a ser destruído. Tinha o ar tranquilo de lente dos velhos tempos, educado, cerimonioso.
Os estúpidos julgavam que a coragem está no grito, na bazófia. Não entendiam que os verdadeiramente corajosos são os mansos, que se escudam em princípios e na força interna.
Lewandowski foi o único que resistiu. Agarrou-se à sua bóia emocional - a família -, mas não esmoreceu. Enquanto alguns dos seus pares esbaldavam-se em banhos de sol públicos sob os refletores da mídia, em um deslumbramento incompatível com a idade e com o cargo, Lewandowski não abriu mão de seu direito de julgar de acordo com sua consciência. Enfrentou as vaias, o deboche, as insinuações. E não cedeu.
Naqueles tempos bicudos, a cara do Supremo tornou-se a de Gilmar Mendes, de Luiz Fux, de Joaquim Barbosa, o último pelo menos tendo o álibi de uma obsessão não oportunista.
Nem se pense que, no julgamento da AP 470, Lewandowski foi benevolente para com os acusados. Condenou quando julgou que devia condenar e acatou atenuantes, quando sua consciência assim recomendou. Acima de tudo, defendeu a dignidade da Justiça.
Agora, assume a presidência do Supremo sob aprovação geral.
Varre-se para baixo do tapete, guarda-se no baú da vergonha nacional - e lacra-se para que seu fedor não se espalhe - o massacre a que foi submetido nesses tempos de obscurantismo.
Dia desses, seu colega Luís Roberto Barroso proferiu uma aula sobre a mídia, no Tribunal de Justiça de São Paulo. Abordou temas diversos de privacidade, a atriz flagrada na praia, o ator que teve a vida devassada e outras banalidades da indústria do entretenimento. Passou ao largo do episódio Lewandowski.
O tabu continua. Mas a opinião pública sabe que, na presidência do STF, agora, existe um Ministro que não se curva ao clamor das ruas e às capas das revistas.