terça-feira, 22 de novembro de 2011

PORQUE É BOM VOTAR NO “77” = SIM


Econ. Regis de Souza

Teclando e digitando o número 77, que corresponde a dizer, SIM pessoal, vamos partilhar essas terras e libertar esse o povo sofrido”.

Se você teclar no 77, estará dando com toda a sua fé a sua contribuição para que os futuros governos tenham mais autonomia, flexibilidade e rapidez, dentro da área territorial que lhe compete. O resultado desse mecanismo eficaz mecanismo de redesenho territorial, fará com o planejamento das ações, de cada governo, atenda com maior desenvoltura a todos os setores da economia, e por vias de conseqüências, a todos os habitantes sob sua jurisdição. É como se a placa-mãe de seu computador fosse o atual território, e você mesmo a diminuindo de tamanho, tornasse-a com mais capacidade, graças um “up-grade”.

Note-se que na época do império, houve quem fosse contra que o Rei Dom João VI dividisse a Amazônia em duas províncias, por achar que duas pessoas iriam furtar mais recursos do que uma só. Esse pensamento em que pese ter saído da mente do Padre Antônio Vieira, que era excelente orador, não condiz com a realidade de hoje, quando convivemos com milhões de habitantes, com suas necessidades sociais e econômicas, além dons fins geopolíticos de defesa nacional. Portanto, uma coisa que era válido para aquele tempos quando a Amazônia era totalmente floresta e riquezas naturais, não tem mais procedência nos dias atuais. Hoje, mais do que isso, precisamos fazer vertebrar as fontes latentes e emanantes que estão adormecidas nessa nova realidade política-administrativa. Hoje não cabe mais ser pessimista e tão cauteloso, como outrora o era o padre Antonio Vieira. Hoje se ele fosse vivo, entenderia o que é um “up-grade”, e concordaria nessa transformação.  

A seguir vou tentar expor o que é, realmente, esse libertar o povo e o porquê de ser melhor um Pará menor. Com o seu voto no número 77, você nem imagina o quanto as gerações futuras agradecerão esse seu gesto, vamos então à explicação:  

A ocupação de vastos espaços vazios na Amazônia, como objetivo de segurança nacional e desenvolvimento, já vem sendo perseguida há muitas décadas. Nesse momento, com a oportunidade de votar no número 77, pode ser a concretização desse antigo sonho. Mas você pode perguntar: mas não será pernicioso encher a Amazônia de mais gente? Não se trata de superpovoar a Amazônia. Quando se fala em ocupar os espaços vazios, não se está falando em povoar a região com uma população consideravelmente maior, mas simplesmente em redistribuir o poder administrativo de maneira racional, em áreas-polos (Estados), ou melhor, em áreas  mais operantes, com duas novas capitais, (sedes de governo) mais centralizadas, mais próximas de suas fronteiras, aí sim, com a população alocada de maneira mais justa, disciplinada, e com melhor qualidade de vida.

Essas áreas-polos, cada uma com a sua cidade-polo, isto é, com a capital, localizada em ponto estratégico, - eqüidistante de dois grandes oceanos, juntamente com Belém interagindo entre si, e com outras cidades situadas na privilegiada costa marítima - poderão vertebrar, com mais eficiência e eficácia, irradiando desenvolvimento para as cidades menores e localidades na sua área de influência, e ao mesmo tempo, interagindo com os Grandes Centros Econômicos da América do Sul, e do mundo. Depois dessas três primeiras, podemos imaginar outras que serão desmembradas, tais como Altamira e Oriximiná que poderão vir a serem novas capitais.  

Como se pode observar, o desmembramento em si, não é uma questão de capricho, e de ter gente que veio de fora e por isso é a favor.  O surgimento da proposta para Marabá e Santarém, como novas capitais na Amazônia, não se deu por acaso, mas tem um fim determinante, e visa unicamente, o bem de todo o Brasil, através da intensificação do desenvolvimento, em vários setores: na agricultura, na indústria e em todas as melhorias no campo social e econômico, com vistas a gerar mais emprego e reter renda na região. E isso será bom para todos, independente de morar em Belém, Santarém Marabá e em qualquer outra cidade. Todos sairiam ganhando.

Pois bem, esse esforço traduz-se em medidas iniciais de dotar a região de uma infra-estrutura de base produtiva, capaz de assegurar a exploração e a circulação da economia. Seria a melhor maneira de mudar a base produtiva na Amazônia. É com isso, que poderão ser aperfeiçoados os Planos e os Programas desenvolvimentistas com melhorias nos transportes; é com isso que poderá melhorar a estrutura gerencial administrativa para o desenvolvimento sócio-econômico pretendido. A partir da criação de Estados menores, outros setores da economia poderão ser dinamizados com mais facilidades. E assim, por exemplo, podemos citar o setor energético, as telecomunicações, os transportes, o setor pesqueiro e o turismo. Além desses, poderá ocorrer um melhor monitoramento das florestas, podendo até ser criado um novo setor produtivo: o setor da indústria florestal. Poderá, também, haver a adequação de uma agricultura e a seleção de uma industria de transformação para a Amazônia. A seleção de indústrias foi muito usada na implantação do distrito industrial do Estado do amazonas nos anos Sessenta.

No diz respeito ao setor industrial, haveria mais facilidade para ser dinamizado e disciplinado. Os governos tendo seus fardos mais leves, com menos preocupação, passariam a priorizar os Distritos Industriais de Barcarena, Icoaraci e Santarém, que teriam indústrias que fabricassem artefatos provenientes do ferro, aço e de suas ligas para que sejam, assim, completados os investimentos que o governo federal fez e vem fazendo com os grandes complexos industriais. Ademais, com territórios menores para administrar, cada governo teria sua tarefa reduzida para construir mais estradas para o escoamento da produção; para melhorar o transporte fluvial e para distribuir melhor a eletricidade no campo, atendendo a agricultura e eliminando o consumo de derivados do petróleo.

Para realizar esses objetivos, qualquer governo teria bastantes recursos disponíveis, e é aí, que três Novos Estados menores concorreriam para facilitar essa operacionalização, não somente porque os governos teriam autonomia, flexibilidade e mais poder político,  como também, porque teriam menos ônus e mais controle para administrar, atendendo todos os quatro cantos em sua área de jurisdição. Essa é uma matemática bastante simples, fácil de ser entendida por qualquer pessoa, por mais leiga que seja. Como podemos observar, o que hoje é demasiadamente difícil para ser executado no atual imenso território paraense, rapidamente passaria a ser bem mais fácil tendo três territórios menores, tendo três pontos polarizadores, tais como Belém, Marabá e Santarém, para onde tudo iria convergir.    

Logo, acreditamos que dividir em vez de ser ruim, seria muito melhor, mesmo tendo a consciência de que sob qualquer prisma “não há processo de desenvolvimento sem custo e sem esforço”. E esse custo por mais alto que seja, é plausível tendo em vista o bem comum e a valorização da dignidade humana, principalmente de povos interioranos que vivem excluídos, na penúria, e mesmo os habitantes da periferia de Belém, enquanto uma minoria vive bem acomodada, rindo à toa, com as riquezas concentradas em seu poder.

Oxalá o “Não” não saia vitorioso, e tenhamos que nos arrepender. Será que nós teremos que ficar esbravejando e se perguntando: Esse momento histórico deveria ter sido aproveitado, pelas pessoas de boa vontade, pelos cidadãos honrados, por cristãos autênticos, para deixar claro uma manifestação contra a realidade cruel em que vive a maioria da população do atual Estado. Quem optou pelo “não”, não está devendo uma melhor explicação a sua consciência? Será que as mudanças que naturalmente viriam, não melhorariam em nada a realidade atual? Ou não será mais fácil tudo piorar por terem a grande maioria ter aprovado a continuação de um Estado territorialmente imenso? Não teríamos sido carrascos dos nossos irmãos do interior, pensando em usufruir de todas as mordomias na capital? O que nos levou a não serem solidários a causa da maioria da população que é ter um atendimento social mais justo, mais oferta de empregos e mais qualidade de vida? Dividir não seria uma das várias formas de partilha de bens, de serviços e de terra com populações menos favorecidas?  

A sabedoria política, segundo as doutrinas religiosas, na implantação do desenvolvimento sustentável, consiste em encontrar uma via que assegure o equilíbrio ecológico, a justiça social e a viabilidade econômica, incrementando as vantagens de administrar territórios menores, porém ricos em recursos naturais mas, sobretudo, em capacidade humana, o que constituem os vetores e as forças  produtivas bem mais à vista do governo e do povo, evitando-se os desperdícios e buscando a otimização da produção. “Terras para todos!” Mas quem sabe, Terras a partir de três territórios enormes. Essa, talvez, seria a “mística do desenvolvimento”, particularmente nas regiões sub-desenvolvidas, como é o caso da nossa Amazônia, criando novos aparatos políticos e administrativos, novos organismos de ação e controle, a fim de aproveitar as vantagens da execução descentralizada. Aliás, o princípio de subsidiaridade, tão defendido pelas religiões, manda que depositemos nossa fé na capacidade de outros, delegando tarefas acumuladas, para outras administrações subordinadas. A Igreja Católica, nesse sentido, dá esse grande exemplo, ao dividir suas arquidioceses, em dioceses menores. Até certo tempo as arquidioceses, na Amazônia eram de tamanhos geográficos tão enormes, que inviabilizavam a administração eclesial. E até pouco tempo, o que constituía a arquidiocese de Belém, que cobria um território enorme, hoje passou parte dessa jurisdição para um bispo sediado em Castanhal. Isso é inteligência, sabendo usar e ousar na administração da população dos fiéis. E isso cabe muito bem nas administrações do território amazônico, até porque o território é um só, e a Amazônia é de todos nós.  O que é bom para um habitante na Amazônia Ocidental, o é também, para outro, na Amazônia Oriental.

O certo é que ainda teremos que aprender muito com os erros, provenientes de não fazermos uma análise teológica, referendada em valores mais humanos, com pitadas do divino, para não se deixarmos levar pelos “achismos”, incorrendo no egoísmo.  Se esquecêssemos da própria pessoa e pensássemos no outro diferente e desconhecido, longe da gente, com certeza acertaríamos muito mais no alvo, e a felicidade viria por acréscimo. 

Uma coisa é verdade, se fizermos um exame de consciência, concluiremos que a nossa responsabilidade para com os habitantes que viram o “cavalo selado passar”, será bem maior daqui para a frente.  












sexta-feira, 11 de novembro de 2011

São Francisco - Leão azul santareno

Essa é pro meu sobrinho Bruno Moura e meus amigos azulinos matarem a saudade desse timaço. A foto foi cedida pelo meu colega Figueroa que trabalha comigo no Banco da Amazonia e foi campeão naquele ano (1975) pelo SF.
Lourimar, Nando,Renato, Alaércio, Figueroa e Edivar (em pé); Zé Lima, Pedrinho, Miro, Doca, Jeremias e Lacrau (agachados).