domingo, 28 de novembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
Chegaram as pérolas do ENEM
Essa eu recebi do meu genro Marcus Policarpo. Muito bom.
'O sero mano tem uma missão...' (A minha, por exemplo, é ter que ler isso!) 'O Euninho já provocou secas e enchentes calamitosas. .' (Levei uns minutos para identificar o El Niño...) 'O problema ainda é maior se tratando da camada Diozanio!' (Eu não sabia que a camada tinha esse nome bonito) 'A situação tende a piorar: o madereiros da Amazônia destroem a Mata Atlântica da região.' (E além de tudo, viajam pra caramba, hein?) Não preserve apenas o meio ambiente e sim todo ele.' (Faz sentido) 'O grande problema do Rio Amazonas é a pesca dos peixes' (Achei que fosse a pesca dos pássaros.) 'É um problema de muita gravidez.' (Com certeza...se seu pai usasse camisinha, não leríamos isso!) 'A AIDS é transmitida pelo mosquito AIDES EGIPSIO.' (Sem comentário) 'Já está muito de difíciu de achar os pandas na Amazônia' (Que pena. Também ursos e elefantes sumiram de lá) 'A natureza brasileira tem 500 anos e já esta quase se acabando' (Foi trazida nas caravelas, certo ?) 'O cerumano no mesmo tempo que constrói, também destroi, pois nos temos que nos unir para realizarmos parcerias juntos.' (Não conte comigo) 'Na verdade, nem todo desmatamento é tão ruim. Por exemplo, o do Aeds Egipte seria um bom beneficácio para o Brasil' (Vamos trocar as fumaças pelas moto-serras) ... menos desmatamentos, mais florestas arborizadas. ' (Concordo! De florestas não arborizadas, basta o Saara!) 'Isso tudo é devido ao raios ultra-violentos que recebemos todo dia.' (Meu Deus... Haja pára-raio!) 'Tudo isso colaborou com a estinção do micro-leão dourado.' (Quem teria sido o fabricante? Compaq ? Apple? IBM?) 'Imaginem a bandeira do Brasil.. O azul representa o céu , o verde representa as matas, e o amarelo o ouro. O ouro já foi roubado e as matas estão quase se indo. No dia em que roubarem nosso céu, ficaremos sem bandeira..' (Caraca! Ainda bem que temos aquela faixinha onde está escrito 'Ordem e Progresso'..) '... são formados pelas bacias esferográficas. ' (Imaginem as bacias da BIC.) 'Eu concordo em gênero e número igual.' (Eu discordo!) 'Precisa-se começar uma reciclagem mental dos humanos, fazer uma verdadeira lavagem celebral em relação ao desmatamento, poluição e depredação de si próprio.' (Putz, que droga é essa?) 'O serigueiro tira borracha das árvores, mas não nunca derrubam as seringas. (Esse deve ter tomado uma na veia) 'Vamos deixar de sermos egoistas e pensarmos um pouco mais em nos mesmos.' (Que maravilha!) |
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Amor, Amor, Amor.....
AMOR ' I '
- Querida, vamos ter que começar a economizar.
- Tudo bem... Mas como ?
- Aprenda a cozinhar e mande a empregada embora.
- Tá legal... Então aprenda a fazer amor e pode dispensar o motorista.
(NOSSA!!!! ESSA FOI A GOTA QUE FALTAVA...)
Amor ' II '
O cara pergunta para a mulher:
- Querida, quando eu morrer, você vai chorar muito?
- Claro querido. Você sabe que eu choro por qualquer besteira...
(MISERICÓRDIA.....!)
Amor ' III '
Na cama, o marido se vira para a jovem esposa e pergunta:
- Querida, me diga que sou o primeiro homem da sua vida..
Ela olha para o babaca e responde:
- Pode ser... Sua cara não me é estranha...
(Santo Anjo do Senhor.....)
Amor ' IV ' - A melhor
Um casal vinha por uma estrada do interior, sem dizer uma palavra.
Uma discussão anterior havia levado a uma briga, e nenhum dos dois queria dar o braço a torcer. Ao passarem por uma fazenda em que havia mulas e porcos, o marido perguntou, sarcástico:
- Parentes seus?
- Sim, respondeu ela.. Cunhados e sogra...
(Essa pode apostar que não é loira...!!!!)
Amor ' V '
Marido pergunta pra mulher:
- Vamos tentar uma posição diferente essa noite?
A mulher responde:
- Boa idéia, você fica aqui em pé na pia lavando a louça e eu sento no sofá!!!!!
(Essa doeu.)
Amor ' VI' (Adoro essa!)
O marido decide mudar de atitude. Chega em casa todo machão e ordena:
- Eu quero que você prepare uma refeição dos deuses para o jantar e quando eu terminar espero uma sobremesa divina. Depois do jantar você vai me trazer um whisky e preparar um banho porque eu preciso relaxar. E tem mais: Quando eu terminar o banho, adivinha quem vai me vestir
e me pentear?
- O homem da funerária... Respondeu placidamente a esposa....
(Essa jamais será escrava de homem...)
Amor ' VII'
- Querida, o que você prefere? Um homem bonito ou inteligente?
- Nem um, nem outro. Você sabe que eu só gosto de você.
(Nossa...)
Amor ' VIII '
Marido e mulher estão tomando cerveja num barzinho. Ele vira pra ela e diz:
- Você está vendo aquela mulher lá no balcão, tomando whisky sozinha? Pois eu me separei dela faz sete anos! Depois disso ela nunca mais parou de beber.
A mulher responde:
- Não diga bobagens. Ninguém consegue comemorar durante tanto tempo assim!
(Sem comentários.....)
l
- Querida, vamos ter que começar a economizar.
- Tudo bem... Mas como ?
- Aprenda a cozinhar e mande a empregada embora.
- Tá legal... Então aprenda a fazer amor e pode dispensar o motorista.
(NOSSA!!!! ESSA FOI A GOTA QUE FALTAVA...)
Amor ' II '
O cara pergunta para a mulher:
- Querida, quando eu morrer, você vai chorar muito?
- Claro querido. Você sabe que eu choro por qualquer besteira...
(MISERICÓRDIA.....!)
Amor ' III '
Na cama, o marido se vira para a jovem esposa e pergunta:
- Querida, me diga que sou o primeiro homem da sua vida..
Ela olha para o babaca e responde:
- Pode ser... Sua cara não me é estranha...
(Santo Anjo do Senhor.....)
Amor ' IV ' - A melhor
Um casal vinha por uma estrada do interior, sem dizer uma palavra.
Uma discussão anterior havia levado a uma briga, e nenhum dos dois queria dar o braço a torcer. Ao passarem por uma fazenda em que havia mulas e porcos, o marido perguntou, sarcástico:
- Parentes seus?
- Sim, respondeu ela.. Cunhados e sogra...
(Essa pode apostar que não é loira...!!!!)
Amor ' V '
Marido pergunta pra mulher:
- Vamos tentar uma posição diferente essa noite?
A mulher responde:
- Boa idéia, você fica aqui em pé na pia lavando a louça e eu sento no sofá!!!!!
(Essa doeu.)
Amor ' VI' (Adoro essa!)
O marido decide mudar de atitude. Chega em casa todo machão e ordena:
- Eu quero que você prepare uma refeição dos deuses para o jantar e quando eu terminar espero uma sobremesa divina. Depois do jantar você vai me trazer um whisky e preparar um banho porque eu preciso relaxar. E tem mais: Quando eu terminar o banho, adivinha quem vai me vestir
e me pentear?
- O homem da funerária... Respondeu placidamente a esposa....
(Essa jamais será escrava de homem...)
Amor ' VII'
- Querida, o que você prefere? Um homem bonito ou inteligente?
- Nem um, nem outro. Você sabe que eu só gosto de você.
(Nossa...)
Amor ' VIII '
Marido e mulher estão tomando cerveja num barzinho. Ele vira pra ela e diz:
- Você está vendo aquela mulher lá no balcão, tomando whisky sozinha? Pois eu me separei dela faz sete anos! Depois disso ela nunca mais parou de beber.
A mulher responde:
- Não diga bobagens. Ninguém consegue comemorar durante tanto tempo assim!
(Sem comentários.....)
l
sábado, 20 de novembro de 2010
Entrevista com o Vice-Presidente José de Alencar
Recebi essa entrevista da minha irmã Ione Moura, com sua manifestação de admiração pelo nosso Vice-Presidente, da qual comungo plenamente. Veja a sabedoria nas palavras de nosso vice-Presidente.
"A humildade não está na pobreza,
não está na indigência,
na penúria, na necessidade,
na nudez e nem na fome".
Na semana passada, o vice-presidente da República, José Alencar,
de 77 anos deu início a mais uma batalha contra o câncer.
É o 11º tratamento ao qual se submete.
*Desde quando o senhor sabe que, do ponto de vista médicob
sua doença é incurável?
JA - Os médicos chegaram a essa conclusão há uns dois anos
e logo me contaram.
E não poderia ser diferente,
pois sempre pedi para estar plenamente informado.
A informação me tranquiliza.
Ela me dá armas para lutar.
Sinto a obrigação de ser absolutamente transparente
quando me refiro à doença em público.
Ninguém tem nada a ver com o câncer do José Alencar,
mas com o câncer do vice-presidente, sim.
Um homem público com cargo eletivo não se pertence.
*O senhor costuma usar o futebol como metáfora
para explicar a sua luta contra a doença.
Certa vez, disse que estava ganhando de 1 a 0.
De outra, que estava empatado.
E, agora, qual é o placar?
JA - Olha, depois de todas as cirurgias pelas quais
passei nos últimos anos, agora me sinto debilitado
para viver o momento mais prazeroso de uma partida:
vibrar quando faço um gol.
Não tenho mais forças para subir no alambrado e festejar.
*Como a doença alterou a sua rotina?
JA - Mineiro costuma avaliar uma determinada situação dizendo que "o trem está bom ou ruim".
O trem está ficando feio para o meu lado.
Minha vida começou a mudar nos últimos meses.
Ando cansado.
O tratamento que eu fiz nos Estados Unidos me deu essa canseira.
Ando um pouco e já me canso.
Outro fato que mudou drasticamente minha rotina foi a colostomia (desvio do intestino para uma saída aberta na lateral da barriga, onde são colocadas bolsas plásticas), herança da última cirurgia, em julho.
Faço o máximo de esforço para trabalhar normalmente.
O trabalho me dá a sensação de cumprir com meu dever.
Mas, às vezes, preciso de ajuda.
Tenho a minha mulher, Mariza e a Jaciara (enfermeira da Presidência da República) para me auxiliarem com a colostomia.
Quando, por algum motivo, elas não podem me acompanhar,
recorro a outros dois enfermeiros, o Márcio e o Dirceu.
Sou atendido por eles no próprio gabinete.
Se estou em uma reunião, por exemplo, digo que vou ao banheiro, chamo um deles e o que tem de ser feito é feito e pronto.
Sem drama nenhum.
*O senhor não passa por momentos de angústia?
JA - Você deveria me perguntar se eu sei o que é angústia.
Eu lhe responderia o seguinte:
desconheço esse sentimento.
Nunca tive isso.
Desde pequeno sou assim, e não é a doença que vai mudar isso.
*O agravamento da doença lhe trouxe algum tipo de reflexão?
JA - A doença me ensinou a ser mais humilde.
Especialmente, depois da colostomia.
A todo momento, peço a Deus para me conceder a graça da humildade.
E Ele tem sido generoso comigo.
Eu precisava disso em minha vida.
Sempre fui um atrevido.
Se não o fosse, não teria construído o que construí
e não teria entrado na política.
*É penoso para o senhor praticar a humildade?
JA - Não, porque a humildade se desenvolve naturalmente no sofrimento.
Sou obrigado a me adaptar a uma realidade em que dependo
de outras pessoas para executar tarefas básicas.
Pouco adianta eu ficar nervoso com determinadas limitações.
Uma das lições da humildade foi perceber que existem pessoas
muito mais elevadas do que eu, como os profissionais de saúde que cuidam de mim.
Isso vale tanto para os médicos Paulo Hoff, Roberto Kalil,
Raul Cutait e Miguel Srougi quanto para os enfermeiros e auxiliares de enfermagem anônimos que me assistem.
Cheguei à conclusão de que o que eu faço profissionalmente
tem menos importância do que o que eles fazem.
Isso porque meu trabalho quase não tem efeito direto
sobre o próximo.
Pensando bem, o sofrimento é enriquecedor.
*Essa sua consideração não seria uma forma
de se preparar para a morte?
JA - Provavelmente, sim.
Quando eu era menino, tinha uma professora que repetia
a seguinte oração:
"Livrai-nos da morte repentina".
O que significa isso?
Significa que a morte consciente é melhor do que a repentina.
Ela nos dá a oportunidade de refletir.
*O senhor tem medo da morte?
JA - Estou preparado para a morte como nunca estive nos últimos tempos.
A morte para mim hoje seria um prêmio.
Tornei-me uma pessoa muito melhor.
Isso não significa que tenha desistido de lutar pela vida.
A luta é um princípio cristão, inclusive.
Vivo dia após dia de forma plena.
Até porque nem o melhor médico do mundo capaz de prever o dia da morte de seu paciente.
Isso cabe a Deus, exclusivamente.
*Se recebesse a notícia de que foi curado, o que faria primeiro?
JA - Abraçaria minha esposa, Mariza e diria:
"Muito obrigado por ter cuidado tão bem de mim".
"A humildade não está na pobreza,
não está na indigência,
na penúria, na necessidade,
na nudez e nem na fome".
Na semana passada, o vice-presidente da República, José Alencar,
de 77 anos deu início a mais uma batalha contra o câncer.
É o 11º tratamento ao qual se submete.
*Desde quando o senhor sabe que, do ponto de vista médicob
sua doença é incurável?
JA - Os médicos chegaram a essa conclusão há uns dois anos
e logo me contaram.
E não poderia ser diferente,
pois sempre pedi para estar plenamente informado.
A informação me tranquiliza.
Ela me dá armas para lutar.
Sinto a obrigação de ser absolutamente transparente
quando me refiro à doença em público.
Ninguém tem nada a ver com o câncer do José Alencar,
mas com o câncer do vice-presidente, sim.
Um homem público com cargo eletivo não se pertence.
*O senhor costuma usar o futebol como metáfora
para explicar a sua luta contra a doença.
Certa vez, disse que estava ganhando de 1 a 0.
De outra, que estava empatado.
E, agora, qual é o placar?
JA - Olha, depois de todas as cirurgias pelas quais
passei nos últimos anos, agora me sinto debilitado
para viver o momento mais prazeroso de uma partida:
vibrar quando faço um gol.
Não tenho mais forças para subir no alambrado e festejar.
*Como a doença alterou a sua rotina?
JA - Mineiro costuma avaliar uma determinada situação dizendo que "o trem está bom ou ruim".
O trem está ficando feio para o meu lado.
Minha vida começou a mudar nos últimos meses.
Ando cansado.
O tratamento que eu fiz nos Estados Unidos me deu essa canseira.
Ando um pouco e já me canso.
Outro fato que mudou drasticamente minha rotina foi a colostomia (desvio do intestino para uma saída aberta na lateral da barriga, onde são colocadas bolsas plásticas), herança da última cirurgia, em julho.
Faço o máximo de esforço para trabalhar normalmente.
O trabalho me dá a sensação de cumprir com meu dever.
Mas, às vezes, preciso de ajuda.
Tenho a minha mulher, Mariza e a Jaciara (enfermeira da Presidência da República) para me auxiliarem com a colostomia.
Quando, por algum motivo, elas não podem me acompanhar,
recorro a outros dois enfermeiros, o Márcio e o Dirceu.
Sou atendido por eles no próprio gabinete.
Se estou em uma reunião, por exemplo, digo que vou ao banheiro, chamo um deles e o que tem de ser feito é feito e pronto.
Sem drama nenhum.
*O senhor não passa por momentos de angústia?
JA - Você deveria me perguntar se eu sei o que é angústia.
Eu lhe responderia o seguinte:
desconheço esse sentimento.
Nunca tive isso.
Desde pequeno sou assim, e não é a doença que vai mudar isso.
*O agravamento da doença lhe trouxe algum tipo de reflexão?
JA - A doença me ensinou a ser mais humilde.
Especialmente, depois da colostomia.
A todo momento, peço a Deus para me conceder a graça da humildade.
E Ele tem sido generoso comigo.
Eu precisava disso em minha vida.
Sempre fui um atrevido.
Se não o fosse, não teria construído o que construí
e não teria entrado na política.
*É penoso para o senhor praticar a humildade?
JA - Não, porque a humildade se desenvolve naturalmente no sofrimento.
Sou obrigado a me adaptar a uma realidade em que dependo
de outras pessoas para executar tarefas básicas.
Pouco adianta eu ficar nervoso com determinadas limitações.
Uma das lições da humildade foi perceber que existem pessoas
muito mais elevadas do que eu, como os profissionais de saúde que cuidam de mim.
Isso vale tanto para os médicos Paulo Hoff, Roberto Kalil,
Raul Cutait e Miguel Srougi quanto para os enfermeiros e auxiliares de enfermagem anônimos que me assistem.
Cheguei à conclusão de que o que eu faço profissionalmente
tem menos importância do que o que eles fazem.
Isso porque meu trabalho quase não tem efeito direto
sobre o próximo.
Pensando bem, o sofrimento é enriquecedor.
*Essa sua consideração não seria uma forma
de se preparar para a morte?
JA - Provavelmente, sim.
Quando eu era menino, tinha uma professora que repetia
a seguinte oração:
"Livrai-nos da morte repentina".
O que significa isso?
Significa que a morte consciente é melhor do que a repentina.
Ela nos dá a oportunidade de refletir.
*O senhor tem medo da morte?
JA - Estou preparado para a morte como nunca estive nos últimos tempos.
A morte para mim hoje seria um prêmio.
Tornei-me uma pessoa muito melhor.
Isso não significa que tenha desistido de lutar pela vida.
A luta é um princípio cristão, inclusive.
Vivo dia após dia de forma plena.
Até porque nem o melhor médico do mundo capaz de prever o dia da morte de seu paciente.
Isso cabe a Deus, exclusivamente.
*Se recebesse a notícia de que foi curado, o que faria primeiro?
JA - Abraçaria minha esposa, Mariza e diria:
"Muito obrigado por ter cuidado tão bem de mim".
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
O Tacacá
O TACACÁ¹
Vera Mogilka²
"O tacacá, toma-se? bebe-se? sorve-se? saboreia-se? Não, O tacacá deseja-se, de repente, como se deseja uma mulher, como se deseja retornar ao amor da adolescência.
O tacacá possui o toque agudo da saudade. A memória de seu sabor salgado e ardente assalta-nos sem aviso, em pleno dia, em determinadas horas de distração. Naquele momento involuntário de repouso quando, por fim ao cair da tarde sobre o rio, respiramos. Certo e pequeno instante, dezenas de sugestões cruzam a mente. Todos os atos gratuitos e cheios de graça da vida: uma criança correndo na grama, braços em repouso e um regaço, mãe amamentando o filho, avião acendendo e apagando as luzes na bruma da noite, navio singrando a baía, luar úmido sobre igarapés - vontade de tomar tacacá. Desejo de tacacá. Porque, para tomá-lo, é preciso, antes de tudo, um ritual.
É preciso que seja ao anoitecer. Ainda não de todo noite completa; ainda não dia findo. Àquela hora semi-crepuscular, indecisa e feminina quando, por fim, o céu se envolve de um azul-cinzento intenso ou aquela chuva antes da saída da lua. É preciso que estejamos cansados,
tão fatigados que nada nos afigure mais necessário, naquele momento, do que tomar um tacacá. Nem o bate-papo informal com o amigo. Nem o café no Central. Nem o olhar à mulher que passa. Apenas, a procura, a única procura por um tacacá, com pouca pimenta ou muita e bem quente.
Depois, é preciso que haja um banco. Tacacá toma-se sentado para que o corpo repouse e possa se entregar completamente ao prazer de saboreá-lo. Porque o tacacá é extremamente absorvente. Quando bem feito, o que ocorre pouco. Pois fazê-lo e tomá-lo é uma arte. É preciso, também, que a noite desponte ao chegarmos junto ao carrinho de tacacá. E comece a chover, levemente. Faça algo de frio, algo de úmido. O que não é difícil em Belém.
Depois, como estamos cansados e queremos esquecer, esperamos. Uma paciência longa e calma, até que a dona do tacacá termine por prepará-lo. De preferência que seja em Nazaré ou olhando a Igreja da Trindade. É preciso que o tucupi seja leve, amarelo-canário e novo. Que a goma bóie no líquido, espalhada por acaso e se mostre apenas por alguns instantes; que não haja muita folha; que os três ou quatro camarões sejam médios, nem grandes demais ou minúsculo e somente uma parte deles apareça, a ligeira carne rósea a deixar-se entrever, adivinhar-se na cuia olorosa. Depois, é preciso que haja sal e pimenta de cheiro, mas não em demasia; o suficiente para nos queimar a alma nos primeiros goles e reanimar o corpo; então renascemos para a noite e a alegria novamente nos habita. O suficiente apenas para desvanecer seu fervor após esses primeiros goles e tornar-se depois, uma presença quente, já quase uma memória, na ponta da língua.
É preciso saber tomar o tacacá. Aos primeiros sorvos integralmente seu calor, sua salinidade, seu gosto de mar quente, de arbusto e molusco que os lábios experimentam fugidiamente. É preciso que o jambu e os camarões pousem lentamente no fundo da cuia e venham à boca, por si mesmos, sem o auxílio dos dedos. É necessário que não sejamos interrompidos. Apenas um aceno de cabeça aos conhecidos que passam. Um filtro mágico que se bebe em silêncio e solidão.Somente a comunicação imperceptível com a tacacazeira: feiticeira moderna numa terra onde as lendas ainda sobrevivem em um mundo que se materializa inexoravelmente.
Chegados ao fim do tacacá, é preciso que o mesmo ainda se conserve morno, assim como o fim de um amor. Jamais frio. Não existe nada pior do que um tacacá frio. É como champanhe sem gelo. Neste momento tomaremos contacto real com as grandes porções maternais de goma penetradas pelo tucupi e pela amargura das folhas. Há sempre um gato gordíssimo perto do carro de uma tacacazeira. Ele comerá, displicentemente, as cascas de camarão que atirarmos ao chão. A cuia está vazia.
Agora, o mais importante: jamais repetir o tacacá, na mesma noite. A segunda cuia nunca devolverá o sabor da primeira. O primeiro tacacá daquele dia é único, autêntico, original, insubstituível como o gosto do primeiro beijo. Como a primeira entrega de amor. Porque os tecidos de nosso cansaço e de nossos desejos são satisfeitos. Porque foi necessário todo um dia infrutífero e todo um sol de toda uma chuva para alcançá-la. Todo o equívoco das relações humanas, toda a falta de solidariedade, de cortesia, de amizade e de comunicação com os outros.
A decepção será fatal se arriscarmos um segundo, fiéis à gula. É preciso permitir-se um resto de fome, um resto de desejo para o dia seguinte, um resto de tristeza intransferível. Quando a baía abrir suas margens de musgo para recolher as asas do dia; quando a lua surgir em seu halo de chuva; quando chegarmos ao fim de nossas tarefas cotidianas, então, novamente, sentiremos na ponta da língua a subtaneidade acre do tucupi.
Paraenses, não vos espanteis com essa narrativa. O que, para vós é banal e acessível desde a infância, para um sulista é um mistério, uma surpresa e um inédito prazer. Muito comum é o visitante de outro Estado que vem a Belém pela primeira vez e olha, desconfiado, aquele grupo de pessoas ao redor de um carro de tacacá. Os movimentos das mãos da tacacazeira lavando as cuias e servindo-as, Os utensílios toscos, rudimentares. O turista, cheio de suspeitas e de teorias anticépticas, recusa-se a prová-la com argumentos de falta de higiene.
Procura máquinas a vapor que sequem automaticamente as cuias. Busca torneiras reluzentes de onde jorre um tucupi sintético e insosso; e só encontra aquela magia indígena, obscura, inconsciente perante a qual recua porque seu coração não possui mais raízes fixas no mistério da natureza. Porque não é mais um homem natural.
Paraenses, vós desconheceis vossas próprias riquezas. Dia chegará a que o gigante levantará a grande cabeça de florestas de seu berço esplêndido e o Brasil será redescoberto (não mais pelos portugueses). O tacacá deixará de ser um usufruto particular e banal. E, em clima frio e chuvoso como o de São Paulo será servido à noite, entre centenas de sessões de cinemas super luxuosos. Milhares de tacacás industrializados, produzidos por intrincados mecanismos de alumínio e aço. E o mistério amazônico perder-se-á para sempre. Será recolhido ao coração de alguma floresta ainda virgem, porém, impenetrável e densa. Lá onde os homens não possam mais capturá-lo e bebê-lo, distraidamente, sem amor e sem ritos. Lá onde, enfim, seu selvagem sabor repouse intacto e inacessível no bojo do tempo.
¹ - Crônica publicada dia 16 de fevereiro de 1964, no jornal "A Província do Pará" , editado diariamente em Belém do Pará.
² - VERA MOGILKA, turista gaúcha, retratou de modo interessante o Tacacá em diversos dos seus aspectos.
Esta crônica foi transcrita no livro “A mandioca na Amazônia”, de autoria do engenheiro agrônomo Milton Albuquerque, pesquisador do
Instituto Agronômico do Norte, hoje Embrapa, em Belém do Pará, em 1966.
O tacacá possui o toque agudo da saudade. A memória de seu sabor salgado e ardente assalta-nos sem aviso, em pleno dia, em determinadas horas de distração. Naquele momento involuntário de repouso quando, por fim ao cair da tarde sobre o rio, respiramos. Certo e pequeno instante, dezenas de sugestões cruzam a mente. Todos os atos gratuitos e cheios de graça da vida: uma criança correndo na grama, braços em repouso e um regaço, mãe amamentando o filho, avião acendendo e apagando as luzes na bruma da noite, navio singrando a baía, luar úmido sobre igarapés - vontade de tomar tacacá. Desejo de tacacá. Porque, para tomá-lo, é preciso, antes de tudo, um ritual.
É preciso que seja ao anoitecer. Ainda não de todo noite completa; ainda não dia findo. Àquela hora semi-crepuscular, indecisa e feminina quando, por fim, o céu se envolve de um azul-cinzento intenso ou aquela chuva antes da saída da lua. É preciso que estejamos cansados,
tão fatigados que nada nos afigure mais necessário, naquele momento, do que tomar um tacacá. Nem o bate-papo informal com o amigo. Nem o café no Central. Nem o olhar à mulher que passa. Apenas, a procura, a única procura por um tacacá, com pouca pimenta ou muita e bem quente.
Depois, é preciso que haja um banco. Tacacá toma-se sentado para que o corpo repouse e possa se entregar completamente ao prazer de saboreá-lo. Porque o tacacá é extremamente absorvente. Quando bem feito, o que ocorre pouco. Pois fazê-lo e tomá-lo é uma arte. É preciso, também, que a noite desponte ao chegarmos junto ao carrinho de tacacá. E comece a chover, levemente. Faça algo de frio, algo de úmido. O que não é difícil em Belém.
Depois, como estamos cansados e queremos esquecer, esperamos. Uma paciência longa e calma, até que a dona do tacacá termine por prepará-lo. De preferência que seja em Nazaré ou olhando a Igreja da Trindade. É preciso que o tucupi seja leve, amarelo-canário e novo. Que a goma bóie no líquido, espalhada por acaso e se mostre apenas por alguns instantes; que não haja muita folha; que os três ou quatro camarões sejam médios, nem grandes demais ou minúsculo e somente uma parte deles apareça, a ligeira carne rósea a deixar-se entrever, adivinhar-se na cuia olorosa. Depois, é preciso que haja sal e pimenta de cheiro, mas não em demasia; o suficiente para nos queimar a alma nos primeiros goles e reanimar o corpo; então renascemos para a noite e a alegria novamente nos habita. O suficiente apenas para desvanecer seu fervor após esses primeiros goles e tornar-se depois, uma presença quente, já quase uma memória, na ponta da língua.
É preciso saber tomar o tacacá. Aos primeiros sorvos integralmente seu calor, sua salinidade, seu gosto de mar quente, de arbusto e molusco que os lábios experimentam fugidiamente. É preciso que o jambu e os camarões pousem lentamente no fundo da cuia e venham à boca, por si mesmos, sem o auxílio dos dedos. É necessário que não sejamos interrompidos. Apenas um aceno de cabeça aos conhecidos que passam. Um filtro mágico que se bebe em silêncio e solidão.Somente a comunicação imperceptível com a tacacazeira: feiticeira moderna numa terra onde as lendas ainda sobrevivem em um mundo que se materializa inexoravelmente.
Chegados ao fim do tacacá, é preciso que o mesmo ainda se conserve morno, assim como o fim de um amor. Jamais frio. Não existe nada pior do que um tacacá frio. É como champanhe sem gelo. Neste momento tomaremos contacto real com as grandes porções maternais de goma penetradas pelo tucupi e pela amargura das folhas. Há sempre um gato gordíssimo perto do carro de uma tacacazeira. Ele comerá, displicentemente, as cascas de camarão que atirarmos ao chão. A cuia está vazia.
Agora, o mais importante: jamais repetir o tacacá, na mesma noite. A segunda cuia nunca devolverá o sabor da primeira. O primeiro tacacá daquele dia é único, autêntico, original, insubstituível como o gosto do primeiro beijo. Como a primeira entrega de amor. Porque os tecidos de nosso cansaço e de nossos desejos são satisfeitos. Porque foi necessário todo um dia infrutífero e todo um sol de toda uma chuva para alcançá-la. Todo o equívoco das relações humanas, toda a falta de solidariedade, de cortesia, de amizade e de comunicação com os outros.
A decepção será fatal se arriscarmos um segundo, fiéis à gula. É preciso permitir-se um resto de fome, um resto de desejo para o dia seguinte, um resto de tristeza intransferível. Quando a baía abrir suas margens de musgo para recolher as asas do dia; quando a lua surgir em seu halo de chuva; quando chegarmos ao fim de nossas tarefas cotidianas, então, novamente, sentiremos na ponta da língua a subtaneidade acre do tucupi.
Paraenses, não vos espanteis com essa narrativa. O que, para vós é banal e acessível desde a infância, para um sulista é um mistério, uma surpresa e um inédito prazer. Muito comum é o visitante de outro Estado que vem a Belém pela primeira vez e olha, desconfiado, aquele grupo de pessoas ao redor de um carro de tacacá. Os movimentos das mãos da tacacazeira lavando as cuias e servindo-as, Os utensílios toscos, rudimentares. O turista, cheio de suspeitas e de teorias anticépticas, recusa-se a prová-la com argumentos de falta de higiene.
Procura máquinas a vapor que sequem automaticamente as cuias. Busca torneiras reluzentes de onde jorre um tucupi sintético e insosso; e só encontra aquela magia indígena, obscura, inconsciente perante a qual recua porque seu coração não possui mais raízes fixas no mistério da natureza. Porque não é mais um homem natural.
Paraenses, vós desconheceis vossas próprias riquezas. Dia chegará a que o gigante levantará a grande cabeça de florestas de seu berço esplêndido e o Brasil será redescoberto (não mais pelos portugueses). O tacacá deixará de ser um usufruto particular e banal. E, em clima frio e chuvoso como o de São Paulo será servido à noite, entre centenas de sessões de cinemas super luxuosos. Milhares de tacacás industrializados, produzidos por intrincados mecanismos de alumínio e aço. E o mistério amazônico perder-se-á para sempre. Será recolhido ao coração de alguma floresta ainda virgem, porém, impenetrável e densa. Lá onde os homens não possam mais capturá-lo e bebê-lo, distraidamente, sem amor e sem ritos. Lá onde, enfim, seu selvagem sabor repouse intacto e inacessível no bojo do tempo.
¹ - Crônica publicada dia 16 de fevereiro de 1964, no jornal "A Província do Pará" , editado diariamente em Belém do Pará.
² - VERA MOGILKA, turista gaúcha, retratou de modo interessante o Tacacá em diversos dos seus aspectos.
Esta crônica foi transcrita no livro “A mandioca na Amazônia”, de autoria do engenheiro agrônomo Milton Albuquerque, pesquisador do
Instituto Agronômico do Norte, hoje Embrapa, em Belém do Pará, em 1966.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Passeando em João Pessoa - PB
O titular do blog esteve em João Pessoa, por 5 (cinco) dias, juntamente com minha esposa Mirtes Moura, minha filha Camilla e genro Marcus Policarpo para participar do casamento da sobrinha Isabelle Belizário, sendo ciceroneados pelo casal Ivo e Regina Belizário. João Pessoa é uma maravilha, como mostram as fotos abaixo:
A cobertura de Eurides (rsrsrsrs) |
Carlinhos e sua tia zuleide |
Beth e Mirtes Moura |
Zuleide com as filhas Regina e Mirtes |
A natureza de Jucuma |
Eurides, Carlinhos & Cia. |
![]() |
Minha princesa |
![]() |
Embelezando Tambau |
![]() |
Turma sendo recepcionada pela Beth |
Nossos primos Eurides e Carlinhos |
![]() |
Regina e Ivo Belizario com Marcus e Camilla Policarpo |
![]() |
Marcus Policarpo curtindo a agua de coco de Joao Pessoa |
![]() |
Pose em Tambau |
![]() |
Tambau vista do alto |
![]() |
Irmas Mirtes e Regina com a filhona Camilla |
![]() |
Turma sendo recepcionada pela irma Graciede |
Curtindo Jucuma |
![]() |
Curtindo Mariana |
A foto do ano - Ivo x Mariana
Foi preciso ir a João Pessoa pr'a conseguir essa foto. Mas valeu a pena. Aí está meu irmão camarada Ivo Belizário com sua neta Mariana, filha de seu filho Ivonilson com a nora Cláudia. Que ela herde do avô e da avó Isa Regina, o caráter e o jeito sincero de cultivar suas amizades. Que essa felicidade seja eterna!
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
domingo, 14 de novembro de 2010
Belinha e Leléo - O casamento do ano em João Pessoa
A convite dos nossos amigos Ivo e Regina Belizário, estivemos neste último final de semana na aprazível João Pessoa para participar da festa de casamento de sua filha Isabelle com o jovem Leon Gomes, ocorrida no dia 12/11/2010, na Igreja Evangélica Batista e recepção no Trianon Recepções.
Vejam as fotos com os momentos marcantes do evento.
Agradecimentos ao meu concunhado Ivo e minha cunhada Regina, por nos ter proporcionado momentos de alegria e de muita felicidade.
Vejam as fotos com os momentos marcantes do evento.
Agradecimentos ao meu concunhado Ivo e minha cunhada Regina, por nos ter proporcionado momentos de alegria e de muita felicidade.
![]() |
Belinha e seu pai Ivo Belizário |
![]() |
Belinha e seu pai Ivo a caminho do altar |
![]() |
A hora do sim |
![]() |
A hora do beijo |
![]() |
Sob as bençãos de Deus |
![]() |
Abrindo a recepção para os amigos e familiares |
![]() |
A caminho do altar |
![]() |
Recepcionando |
![]() |
Os pais de Isabelle, Ivo e Regina Belizário |
![]() |
Osilênio e Mirtes Moura |
![]() |
Ivo e Regina recepcionando a turma de Belém |
Minha cunhada Regina Belizário e o pai do noivo Leon Gomes |
O noivo Leon com sua mãe Ubanise |
Belinha e seu pai Ivo Belizário |
Ivonilson Belizário, irmã da noiva e sua esposa Cláudia |
Os Padrinhos |
Minha sogra Zuleide Sales e sua bisneta Mariana |
Minha filha Camilla e o genro Marcos Policarpo |
Osilênio e Mirtes Moura com os sobrinhos Ivonilson e Cláudia |
Camilla Policarpo e a prima Mariana |
Osilênio e Mirtes Moura |
Osilênio e Mirtes Moura com Camilla Policarpo, minha sogra Zuleide Pinheiro e genro Marcos Policarpo |
Osilênio Moura, Marcos Policarpo e Ivo Belizário |
Mirtes e Osilênio Moura |
Camilla Policarpo com o papai |
Belinha e Leléo com Camilla e Marcos Policarpo |
Assinar:
Postagens (Atom)