sábado, 6 de julho de 2013

Passeata dos médicos só sobrevive com a ajuda de aparelhos! Marco Antonio Araújo

Blog o Provocador - 07 de julho 2013


000 Mvd6546021 Passeata de médicos só sobrevive com a ajuda de aparelhos
Vendo a passeata dos médicos nesta quarta (3), na avenida Paulista, finalmente entendi, em toda a sua magnitude, o verdadeiro significado da expressão “elite branca”. São eles. Não por acaso, enquanto a manifestação dos doutores seguia em direção ao bairro do Paraíso, na outra pista, um grupo de sem-teto se dirigia à Consolação. É assim que se divide o País, não é mesmo?
Nem tocaria no assunto, já esmiuçado neste blog. Que venham os cubanos, os soviéticos, os portugueses e espanhóis! O Brasil profundo precisa de médicos em seus rincões, onde nenhum pediatra jamais esteve. Essa xenofobia que demoniza a contratação de médicos estrangeiros é uma brutalidade. Mancha de sangue inocente os jalecos daqueles que deveriam estar mais preocupados em salvar vidas. Mas eles preferem zelar por interesses corporativos amparados em um discurso ideológico que deveria estar internado há tempos.
Mas volto ao assunto diante de desfaçatez com que foi organizada a “marcha à ré” da categoria (ou falta de). Pois não é que o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) ofereceu táxi gratuito e pagamento de hora extra para que seus funcionários e simpatizantes fossem à manifestação? Que vergonha, que vergonha.
Portanto, entre os manifestantes, lá estavam empregados de setores administrativos usando os outrora imaculados aventais. Uma fraude.  Os anarquistas remunerados sorriam para as entusiasmadas câmeras da rede Globo (que cobriu com fervor o protesto contra o governo Dilma).
Para completar a festa da democracia subsidiada, lá estavam cartazes grosseiros e palavras de ordem mal educadas, inclusive com piadinhas sobre o dedo amputado do ex-presidente Lula. Médicos ironizando um defeito físico, vejam só. E ninguém reclamou que a pequena junta médica (duas mil pessoas?) afetou o atendimento nos hospitais da região e impediu a circulação de ambulâncias.
É assim mesmo que funciona: todos têm o direito à livre manifestação. Inclusive de ideias que só sobrevivem com a ajuda de “aparelhos”. Precisamos cuidar da saúde da democracia.

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