sábado, 17 de agosto de 2013

À Classe Médica Brasileira - Stephen Kanitz

Suas lideranças usaram os argumentos errados na oposição à medida da Dilma, de importar 6.000 médicos cubanos.
A baixa qualidade do ensino cubano, a falta de condições para exercer a profissão, em nada convenceu a opinião pública.
Mania de médico não consultar ninguém antes de falar em público. Vejam agora o tipo de reação de um famoso jornalista brasileiro:

Não vamos nem falar no lastimável comportamento dos médicos e suas associações, agarrados a um corporativismo ululante, egoísta e desinformado“.

Como a imprensa divulgou, os Estados Unidos importam 25% dos seus médicos, Canadá 24%, Reino Unido 44%,  25.000 dos médicos sendo indianos.
 
Por que então o Brasil não deveria fazer a mesma coisa contratando médicos cubanos?

A razão é por Ética, algo que falta no Brasil neste momento. 

E era por estas linhas que a classe médica deveria ter trilhado.
Índia, Cuba, Nicarágua, Equador, gastam US$ 100.000 dólares para treinar um bom médico.

Educação médica é a mais cara do mundo, por isto faltam médicos, especialmente em cidades pobres que não possuem renda para compensar este custo de treinamento.
Normalmente em países pobres e de educação estatal, esta educação é feita com dinheiro público, dos povos destes países.

 
O povo indiano, cubano e africano investiram nestes estudantes de medicina, justamente para ter bons médicos no futuro para si, não para os outros. 
Os 25.000 médicos indianos que trabalham agora na Inglaterra, economizaram para o Governo Inglês US$ 2.500 000.000 de custos de treinamento. Nada ético.
E como consequência geraram US$ 2.500.000.000 de prejuízo para o povo indiano. Pagaram e não levaram.
Além de desestruturar a sua própria medicina local.
Uma das razões do sucesso dos Estados Unidos como potência econômica não tem nada a ver com suas políticas econômicas.

Seu sucesso tem sido justamente atrair profissionais treinados em outros países a custo zero. 
Os países mais pobres do mundo treinam por 25 anos jovens de talento, e uma vez formados são atraídos pelos melhores salários e oportunidades oferecidos pela política de imigração dos EUA.

É uma outra forma de explorar mais valia gerada pelas nações subdesenvolvidas do mundo.
E o Governo Brasileiro quer fazer isto com Cuba?

Escreve o Guardian.
For decades about 25% of doctors practising in the US received their training elsewhere.

This now amounts to close to 200,000 doctors educated abroad.

Around 5,000 were trained in sub-Saharan Africa; predominantly Ghana, Nigeria and South Africa, but also elsewhere.
The poorest will always lose out.”
Ética teria sido um argumento mais convicente do que corporativismo médico.

Meu lado economista é totalmente a favor em trazer médicos formados a custo zero. É uma bela “economia” para o déficit público deste país.

Mas meu lado administrador socialmente responsável diz que seria um roubo de talento do pobre povo cubano. 
Algo para os médicos pensarem.

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