sábado, 24 de agosto de 2013

O conselho de um médico para o seu Conselho

23 de agosto de 2013 | 22:37
Do Facebook do Tijolaço, pelo Dr. Fernando Cesário:
Falo (e escrevo) como médico, que sou: o senhor Roberto d’Ávila (presidente do CFM) tem perdido a chance de se manter calado.
Primeiro, porque a função de “combater” o programa Mais Médicos, se é que deveria ser feito, seria por um órgão de classe, como os sindicatos dos médicos, e não pelo Conselho Federal de Medicina, que deveria zelar unicamente pela prática médica, da ação ética dos seus filiados. E não o faz, com o necessário rigor.
Em segundo lugar, porque, em mais de uma oportunidade, tem externado posições horrorosas acerca do problema. Dia desses vi uma entrevista dele, na televisão, onde ele dizia que os médicos brasileiros não haviam se inscrito no programa porque não conseguiram preencher a inscrição(?!)
Quer dizer, ou ele é cínico ou nos chamou, a todos nós, de imbecis.
Em terceiro lugar, poderia se perguntar a ele, enquanto presidente do CFM porque nunca este órgão se preocupou, em toda a sua existência, de elaborar testes de avaliações para médicos, formados no Brasil ou no exterior?
Por qual razão um indivíduo forma-se numa faculdade qualquer desse nosso país e, no dia seguinte, de posse de um registro nos CRMs, pode atender a todo cidadão, sem dar provas nenhuma de sua capacitação?
Por que o CFM reluta em aplicar nos médicos recém-formados, uma avaliação, como faz, por exemplo, a OAB? Por que nossas associações não tomam nenhuma medida prática para que todo o nosso país, as nossas crianças, nossos idosos, nossas mulheres, tenham direito à atenção médica?
Por que não foi criada ainda a Ordem dos Médicos do Brasil, que se encarregaria da autorização para todo médico para iniciar suas atividades?
Sim, pois eles exigem, agora, o tal exame Revalida, que foi criado pelo MEC somente em 2011.
Antes dessa data, que atitude o CFM e os CRMs, repito, tomaram para garantir a boa prática médica?
Nós, médicos brasileiros, por nossas entidades, estamos perdendo boa oportunidade de não nos “queimarmos” com o restante da sociedade brasileira.
PS do Tijolaço: A questão que o Dr. Fernando levanta ao final de seu texto é muito séria. Não apenas porque os médicos merecem a confiança da população, em especial a mais pobre e carente, como, sobretudo, eles precisam dela como ferramenta terapêutica. É essencial que o médico tenha o respeito e a confiança do paciente e da coletividade, no caso da medicina de família e comunidade,  encontrando a acolhida e o acatamento necessário para que sua orientação seja absorvida e seguida. Não é apenas o caso do merecido respeito profissional, é uma questão  de saúde.
Por: Fernando Brito

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